Objetivo do Blog

Este Blog se propõe inicialmente a disponibilizar o material educativo do Projeto Floripa Saudável 2040, um projeto piloto de educação em saúde desenvolvido na cidade Fpolis em parceria da UFSC e Secretarias Municipais de Saúde e Educação, dentro da filosofia do Programa de Educação em Saúde. Este projeto pretende desenvolver ações em educação em saúde, pela unidade de saúde e creches ou núcleos de ensino infantil, abordando nutrição, atividade física, saúde bucal, saúde mental, monitoração em saúde, e proteção de agentes externos (agravos externos, radiação solar, ...).
Mas desde o começo a teoria é democratizar ao máximo a educação em saúde, e difundir ações deste tipo pelo Brasil, ou fora, se for interessante. Este projeto é inspirado no projeto "Health Ahead Heart Smart", do Estudo Bogalusa, adaptado segundo perfil epidemiológico brasileiro e segundo metodologia de ensino mais adequada aos nossos pequenos.
Todo o material é de domínio público, e tanto a parte escrita quanto as ilustrações podem ser utilizadas sem necessidade de pedido de autorização prévio. Assim como todas as sugestões são extremamente bem-vindas, que podem ser feitas na forma de comentários ou perguntas, para os quais há um espaço especialmente reservado no site.
Um grande abraço e seja muito bem vindo,
Isabela de Carlos Back Giuliano

domingo, 10 de janeiro de 2010

Como obter cálcio se não ingiro leite ou soja?


Ainda dentro da avaliação da dieta do Paleolítico, a falta de lacticínios nos traz a preocupação com a deficiência de cálcio, o qual sempre consideramos presente somente nos lacticínios. Mas isso não é verdade. De onde será que os nossos antepassados absorviam cálcio?

Em primeiro lugar, quanto uma pessoas precisa de cálcio por dia, para formar sua estrutura óssea e para o funcionamento das enzimas dependentes de cálcio que temos por todo o corpo?

Estas são as necessidades de cálcio durante a vida do ser humano:
Idade mg de cálcio/dia
0-6 meses 210
7-12 meses 270
1-3 anos 500
4-8 anos 800
9-18 anos 1.300
19-50 anos 1.000
+ de 51 anos 1.200
Mulher pós-menopausa 1.500
Gravidez 1.500
Lactação 1500-2000

Há como aumentar ou diminuir a absorção do cálcio dos alimentos?

O que favorece a absorção:
• Vitamina D: produzida pela pele exposta ao Sol.
• Alimentos que contenham lactose.
• pH gástrico ácido.

O que diminui a absorção:
• Deficiência da vitamina D.
• Ácido fítico: substâncias com fósforo, encontrado na casca dos cereais integrais.
• Ácido oxálico: encontrado em algumas frutas e verduras (pricnipalmente as folhas).
• Uso de medicamentos com corticoesteróides.
• Dietas muito ricas em gorduras.

Quais alimentos, dentro dos ingeridos pelos nossos antepassados, eram ricos em cálcio?
Alimentos Porção Conteúdo de cálcio (mg)
Farinha de peixe 100 g 4.610
Sardinha (peixe) 100 g 433
Gergelim sementes 100 g 417
Cavalinha (peixe) 100 g 309
Amêndoa 100 g 254
Salmão (peixe) 100 g 224
Figo seco 5 unidades 135
Castanhã do Pará 100 g 172
Espinafre cozido 1 xíc de chá 136
Açai polpa 100 ml 118
Buriti polpa 100 ml 116
Mamão 1 unidade 106
Sementes 1 col de sopa 100-300
Beterraba 4 col de sopa 99
Laranja 1 unidade 96
Couve cozida ½ xíc de chá 90
Quiabo cozido ½ xíc de chá 88
Tamarindo polpa 100 ml 80
Groselha polpa 100 ml 66
Brócolis ½ xíc de chá 59
Peixe (geral) 1 fíle/posta 50-60
Agrião 1 pires 50
Figo polpa 100 ml 46
Ovo de galinha 1 unidade 25
Melancia 1 fatia grande 22

Exceto nas famílias que, por questões culturais evitam o leite, na nossa civilização dificilmente tiramos o leite de animais da nossa dieta. Mas essa dica pode ser bem interessante nos alérgicos ao leite de vaca e à soja, alergia esta que ocorre em 30% das pessoas alérgicas ao leite.

Um forte abraço,

Isabela Giuliano

sábado, 9 de janeiro de 2010

PIRÂMIDE PARA DOWNLOAD

A dieta adaptada aos nossos genes


O paleolítico durou de cerca de 200.000 a 12.000 a.C., quando as pessoas eram basicamente caçadoras e coletoras, quando alimentavam-se quase que somente de peixes, carnes magras, frutas e verduras. Era uma nutrição extremamente variada, suficiente para o estilo de vida bastante ativo da época. Porque nos mantivemos durantes cerca de 200.000 anos nessa dieta, nosso material genético é bastante adaptado a estes macro e micronutrientes, assim como com anti-alimentos (toxinas) que haviam nestes alimentos.
Com o crescimento acelerado da população mundial nos últimos 10.000 anos, tivemos que agregar cereais e leite de animais e vegetais “domesticados. Assim, o ser humano expôs-se a níveis mais elevados de gordura saturada, ao leite e a grãos, que tem a característica de ser nocivo ao ser humanos após o período de reprodução (entre 18 e 30 anos). Por isso, pessoas intolerantes a esta dieta se reproduzem e não há uma seleção natural que determinaria uma adaptação genética mais rápida. Entre estas doenças, encontram-se as por aterosclerose, auto-imunes, alguns tipos de câncer, e doenças degenerativas. Nos últimos anos, talvez fruto de uma exposição cada vez mais precoce a estes novos alimentos, cresce o número de crianças e jovens com artrites, diabetes e obesidades.
A distribuição consistia em 25-30% de proteína com baixa quantidade de gordura saturada, 30-35% de carboidratos advindos de frutas e verduras de baixo índice glicêmico e grande quantidade de fibras e micronutrientes, e 35-40% de gorduras – na maioria insaturados e poliinsaturados – com uma relação ômega 6/ômega 3 menor que 4. A dieta, muito variada, continha todos os micronutrientes necessários (vitaminas, minerais e antioxidantes), sendo um pouco menor em quantidade de sódio.
Abaixo, a pirâmide alimentar da época.


Um forte abraço,

Isabela Giuliano